O grito.

Longa estreia nesta quinta-feira (13) nos cinemas.

Hollywood não se cansa de refilmar sucessos que deram certo em outro país e dar a eles um tom mais palatável para o gosto do público médio. O mais recente exemplo é Parasita, produção coreana que venceu o Oscar de melhor filme nesta semana: a indústria americana não perdeu tempo e já anunciou que vem aí uma série baseada no longa. Quase sempre, a experiência resulta em um produto claramente inferior ao original.

Um dos gêneros que mais frequentemente é alvo de refilmagens é o terror. E esse foi o caso de O Grito, longa japonês de 2002 originalmente chamado Ju-On e que ganhou remake nos EUA dois anos depois. O resultado foi um filme absolutamente dispensável, mas, que, mesmo não tendo sido um grande sucesso, ganhou sequências em 2006 e 2009.

Agora, chega mais um produto da franquia, chamado simplesmente de O Grito. A direção é de Nicolas Pesce, o que estreou em Os Olhos da Minha Mãe, mistura de drama e terror de 2016. Dois anos depois, realizou o thriller Piercing. Ambos são marcados pela violência extrema, então é legítimo acreditar que este novo filme siga o mesmo caminho, como sugere o trailer, bem sanguinolento.

Este quarto filme americano da franquia é um reboot (uma espécie de releitura, com licença para fazer algumas alterações de um produto cultural) do primeiro longa. Mas a história não traz muitas novidades: quando uma pessoa morre e está tomada pelo ódio, seu espírito maligno vai permanecer assustando todos que estão ao seu redor. Desta vez, a protagonista é Muldoon (Andrea Riseborough), uma policial viúva que se muda com o filho para uma cidade que está amaldiçoada. Muldoon então resolve investigar o mistério que envolve a cidade onde chegou.

Com um notável ensejo à falta de criatividade, um reboot dessa versão estadunidense chega aos cinemas brasileiros hoje, com direção do novato Nicolas Pesce (Os olhos da minha mãe, de 2016, e Piercing, 2018) e quatro produtoras envolvidas. O tema é o mesmo de toda a franquia, como explica a introdução do longa: "Quando uma pessoa morre com uma raiva profunda e poderosa, uma maldição nasce nesse ambiente”. Os espíritos dos falecidos assombram o local, matando quem encontrar a maldição por qualquer meio. Em O grito isso geralmente se manifesta ao entrar em uma casa amaldiçoada ou contato com alguém já amaldiçoado.
 
Apesar de manter a tradição, Pesce optou por trazer uma narrativa diferente e embaralhada. A ideia é mostrar quatro histórias simultâneas, em uma linha temporal contada sob o ponto de vista de vários personagens. O fio principal é a investigadora interpretada por Andrea Riseborough (Birdman, 2014, e A guerra dos sexos, 2017), uma jovem viúva que tenta recomeçar o cotidiano ao lado do filho. Ainda conta com Fiona (Tara Westwood), que pegou a maldição como vírus em uma casa em Tóquio e a levou para os Estados Unidos. Também há Faith, a mulher ter mina lmente doente interpretada por Lin Shaye e acompanhada por uma cuidadora. Existem também os agentes imobiliários casados (John Cho e Betty Gilpin) que descobrem que o bebê prestes a nascer tem uma boa chance de nascer com uma doença hereditária.